quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Musica de que qualidade

Há tempos que o ensino de música não é levado a sério no Brasil.
Tivemos curtos períodos de bons projetos de ensino musical em nosso país, mas que esbarraram em muitas questões políticas, em disputa de poder e captação de recursos internacionais que jogaram a educação de um lado para o outro, sem nenhuma ideologia verdadeira e contínua. Tivemos muitos educadores e pensadores da educação bem intencionados e comprometidos, porém, o que sempre importou aqui foi o dinheiro, e por isso, quanto mais fragmentado for o ensino, menores as perspectivas de uma boa formação do povo, e povo que tem pouca instrução é facilmente manipulado, o que faz com que os votos sejam garantidos a custas de políticas públicas de fachada, eleitoreiras, que fazem muita propaganda e cumprem o objetivo de eleger quem paga mais aos marqueteiros que têm mais "manha" para ludibriar os eleitores brasileiros.

Desde os anos 1990, temos um movimento crescente de organizações não-governamentais e também de projetos culturais que vivem de ganhar editais públicos para realizar temporariamente funções que os serviços públicos não mais oferecem à população brasileira.

Dentre esses projetos, há pessoas muito sérias e bem intencionadas, que realmente querem levar cultura a todos, que lutam pela continuidade de suas ações. Muitos não têm muitas chances de conseguir esse objetivo, pois ainda são pequenos e por isso, conseguir patrocínio é mais difícil, dada a pouca visibilidade que seria o retorno aos patrocinadores. Outros, ao contrário, têm muita visibilidade e conseguem muitos patrocínios. Dentre esses, há aqueles projetos que primam pela excelência, não poupam esforços para conseguir alcançar altos patamares, e há também aqueles que conseguem formular um esquema que dê algum resultado e grande divulgação, e adotam essa fórmula mágica e a massificam, não importando o potencial de cada grupo para que haja um crescimento real e desafiador.

Tenho visto alguns projetos lindos, e também outros que trazem apenas "mais do mesmo". Lógico que tocar peças eruditas popularizadas e com arranjos facilitados é infinitamente melhor do que as músicas veiculadas pelos programas de TV e rádio massificadores, que não têm a mínima preocupação com o conteúdo das letras das músicas e posturas duvidosas - para não dizer imorais - de seus intérpretes, cujos objetivos são a fama e a "grana" a qualquer custo.

É inevitável o questionamento da qualidade da cultura musical oferecida atualmente. Aliás, será que temos formação suficiente para fazer esse julgamento e responder a esse questionamento com propriedade?

Este é apenas o início de uma reflexão a partir de notícias que tenho lido e também de experiências como ouvinte e participante de alguns projetos no ensino público brasileiro em variados níveis, no que tange ao ensino e divulgação da música.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014